segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Resquicios de antiguas creencias...


Papá cuéntame otra vez

Papá cuéntame otra vez ese cuento tan bonito
de gendarmes y fascistas, y estudiantes con flequillo,
y dulce guerrilla urbana en pantalones de campana,
y canciones de los Rolling, y niñas en minifalda.

Papá cuéntame otra vez todo lo que os divertisteis
estropeando la vejez a oxidados dictadores,
y cómo cantaste Al Vent y ocupasteis la Sorbona
en aquel mayo francés en los días de vino y rosas.

Papá cuéntame otra vez esa historia tan bonita
de aquel guerrillero loco que mataron en Bolivia,
y cuyo fusil ya nadie se atrevió a tomar de nuevo,
y como desde aquel día todo parece más feo.

Papá cuéntame otra vez que tras tanta barricada
y tras tanto puño en alto y tanta sangre derramada,
al final de la partida no pudisteis hacer nada,
y bajo los adoquines no había arena de playa.

Fue muy dura la derrota: todo lo que se soñaba
se pudrió en los rincones, se cubrió de telarañas,
y ya nadie canta Al Vent, ya no hay locos ya no hay parias,
pero tiene que llover aún sigue sucia la plaza.

Queda lejos aquel mayo, queda lejos Saint Denis,
que lejos queda Jean Paul Sartre, muy lejos aquel París,
sin embargo a veces pienso que al final todo dio igual:
las ostias siguen cayendo sobre quien habla de más.

Y siguen los mismos muertos podridos de crueldad.
Ahora mueren en Bosnia los que morían en Vietnam.
Ahora mueren en Bosnia los que morían en Vietnam.
Ahora mueren en Bosnia los que morían en Vietnam.

Ismael Serrano


Acompanhe a música, numa versão mais atual...
http://www.youtube.com/watch?v=ugYkSyZxK1c



"O motivo pelo qual 1968 (com seu prolongamento em 1969 e 1970) não foi a revolução, e jamais pareceu que seria ou poderia ser, era que apenas os estudantes, por mais numerosos e mobilizáveis que fossem, não podiam fazê-la sozinhos. (...) Os grupos jovens, ainda não assentados na idade adulta estabelecida, são o locus tradicional da alegria, motim e desordem, como sabiam até mesmo os reitores de universidades medievais, e as paixões revolucionárias são mais comuns aos dezoitos anos que aos 35, como têm dito gerações de pais burgueses na Europa a gerações de filhos e (mais tarde) filhas céticos".
Eric Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX, 1995.


Ou seja, um dia você faz trinta anos, e vai tentar sossegar o facho numa "sólida e apolítica profissão de classe média". O pior é conseguir conviver com essa crise de existência que bate de vez em quando...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Impressão

Impressão, Sol Nascente (Impression, soleil levant,1874).
Claude Monet (1840-1926)


Obra que deu nome ao movimento impressionista. As cores, a luz, o reflexo do sol na água e as tonalidades do céu e do mar chamam a atenção na tela, pois o desenho praticamente não existe. A tentativa de captar um instante fugaz numa hora incerta da manhã.

"(...) Meu único mérito foi o de ter pintado diretamente da natureza com o objetivo de exprimir minhas impressões diante dos efeitos mais fugidios (...)" .
Carta para Evan Chateris, em 1926





segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Dia do Professor


Usar esta data para falar de todas as mazelas que afligem a educação me deixa deprimida.

Então, a título de curiosidade...


Como surgiu o Dia do Professor

Tudo começou em 1827, mais precisamente no dia 15 de outubro, quando D. Pedro I baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, exigia-se que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”.
Mas, como quase tudo neste país, o decreto, que continha boas idéias em relação à educação, não saiu do papel.
Em 1947 aconteceu a primeira comemoração da data, em São Paulo, quando quatro professores, estafados pelo longo período letivo, resolveram se organizar em um dia de parada, para descanso e planejamento do restante do ano letivo.
Nos anos seguintes, a idéia se espalhou pela cidade e pelo país.
A data foi oficializada nacionalmente como Feriado Escolar por Decreto Federal em 1963:



Senado Federal
Subsecretaria de Informações
decreto nº 52.682, de 14 de outubro de 1963.
Declara feriado escolar o dia do professor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, usando das atribuições que lhe confere o item I do artigo 87 da Constituição Federal,

Decreta:

Art. 1º O dia 15 de outubro, dedicado ao Professor fica declarado feriado escolar.

Art. 2º O Ministro da Educação e Cultura, através de seus órgãos competentes, promoverá anualmente concursos alusivos à data e à pessoa do professor.

Art. 3º Para comemorar condignamente o dia do professor, aos estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias.

Art. 4º Êste Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 14 de outubro de 1963; 142º da Independência do Brasil; 75º da República.

João Goulart
Paulo de Tarso


quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Nobel de Literatura


A Academia Sueca outorgou o Premio Nobel de Literatura à escritora britânica Doris Lessing, 87 anos, nascida na Pérsia (atual Irã), criada na Rodésia do Sul (atual Zimbábue). Passar grande parte de sua infância no continente africano influenciou os temas controversos abordados pela escritora: divisão entre negros e brancos, conflitos raciais, violência contra crianças, questões feministas, racismo, colonialismo.

Suas obras mais importantes são O Carnê Dourado, A Erva Canta, Debaixo de Minha Pele, As Experiências de Sirius, Shikasta, O Sonho mais Doce, The Summer Before Dark, The Fifth Child, entre outras.




Para saber mais: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2007/10/071011_lessingnobel_is.shtml

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Notícias do mundo de lá...



Com a obra Y todos estábamos vivos (Tusquets, Barcelona, 2006), a escritora Olvido García Valdés é ganhadora do Prêmio Nacional de Poesía de 2007, oferecido anualmente pelo Ministério da Cultura espanhol à melhor obra de poesia publicada no ano anterior na Espanha.

Para saborear um pouquinho...

El trajín de los grajos que se van y vuelven
como si hubieran errado. Nada
mejor que hacer que mirar pájaros,
si no es mirar árboles,
ahora que son ramas de grumos, materia
de luz tierna casi líquida,
vegetal y violenta...

Olvido García Valdés, Y todos estábamos vivos.

Saiba mais em http://www.elmundo.es/elmundo/2007/10/09/cultura/1191925747.html